terça-feira, 6 de julho de 2010

ENQUANTO ISSO

Queridas pessoas.
Aqui no interior do Ceará a seca castiga, falta água pra beber!
Em Pernambuco, em Alagoas, as enchentes dos rios destruíram cidades inteiras.
Pensando sobre o sofrimento que passam milhares de irmãos e irmãs, Desejo:
Que as cercas e muros sejam implodidos em nossas consciências. Que entre nós, não haja disputas, e sim discernimento. Que o consumo seja solidário, responsável e sustentável e assim possamos pisar no freio da produção de venenos, de equipamentos e de ideologias, que nos matam. Que seja devolvido a nossa mãe terra o direito de cuidar de seus filhos sem exceção, Que eu possa agir sem cobrar nada de ninguém.


ENQUANTO ISSO

Copa na África do sul
Aos sons das vunvuzelas
Disparam as bombas,
Aos gritos da galera
É gol do Brasil.

Agonizam populares
Sofredores nordestinos
Das secas, ou das enchentes
Do ceará, de Pernambuco e de Alagoas,
É gol do Brasil.

Os bares estão lotados
Brasileiros embriagados
Aguarda o próximo combate.
Brasil entra em campo!
O adversário é duríssimo.

O rio Ipojuca, subiu em Pernambuco,
No interior do ceará, falta água pra beber
Em alagoas, o rio Paraíba nas alturas.
Debaixo d'água, ou na sequidão,
Delira a população.

Perdendo a dignidade
Transforma-se, em ser vício.
Entre estrago e mortes
Milhares de desabrigados
Sedentos de justiça.

Sociedade privada,
Seleção priorizada.
Que me importa a copa
Se os copos que me matam,
As sedes na seca secaram.

Reginaldo Figueiredo

2 comentários:

  1. Parabéns, Reginaldo! Você é de uma genialidade poética inabalável. Trazes consigo o dom da escrita que faz vibrar nervos e bombear sangue nas veias ao ponto de qualquer objeto inamimado criar vida.

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    1. Obrigado, Maria!
      Muita gentileza sua, abraços, paz e muita Luz!

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